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Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o voo AI171 da Air India decola e, instantes depois, despenca em alta velocidade até se chocar contra o solo e explodir em uma bola de fogo. O avião, um Boeing 787 Dreamliner com destino ao aeroporto de Gatwick, no Reino Unido, havia acabado de partir do aeroporto de Ahmedabad, no estado de Gujarat, na Índia.
Segundo especialistas, a aeronave transportava 242 pessoas, entre elas 53 cidadãos britânicos, e pode ter sofrido uma perda súbita de potência “na fase mais crítica do voo”, logo após a decolagem. Ainda não há confirmação oficial sobre o número de mortos, mas equipes de resgate já encontraram dezenas de corpos em edifícios atingidos pelo impacto.
Vishwash Kumar Ramesh, um ageiro britânico de 40 anos, sobreviveu ao acidente e falou à imprensa local do leito do hospital. Ele estava na poltrona 11A quando o avião caiu em uma área residencial de Meghani, bairro densamente povoado de Ahmedabad.
“Trinta segundos após a decolagem, ouvi um estrondo. O avião caiu logo em seguida. Tudo aconteceu muito rápido”, contou. “Quando me levantei, havia corpos ao meu redor. Corri. Alguém me puxou e me levou para uma ambulância.”
Imagens mostram Ramesh caminhando com ferimentos visíveis pouco depois do acidente.
Vídeo mostra sobrevivente da queda de avião na Índia; veja em que poltrona ele estava
A causa do desastre ainda não foi determinada. Especialistas sugerem hipóteses como colisão com aves, falha nos motores, perda de sustentação ou estol logo após a decolagem. Dados preliminares do site de rastreamento Flightradar24 apontam que o avião alcançou apenas 190 metros de altitude antes de começar a cair — um número muito abaixo do esperado para um voo comercial.
O ex-piloto da Força Aérea dos EUA e consultor de segurança John R. Davidson afirmou que o jato pode ter atingido a velocidade de decolagem, mas não conseguiu altitude. “Ou houve uma rotação tardia demais, ou um estol. Pode ter sido falha de motor, excesso de peso, erro de configuração das asas ou algo mais grave”, analisou.
Já o ex-piloto indiano Saurabh Bhatnagar disse à NDTV que as imagens da queda indicam múltiplas colisões com aves, o que pode ter causado a perda de potência nos dois motores. “A decolagem foi perfeita. Mas logo depois de sair do solo, o avião começou a cair — isso só acontece quando há perda de força ou sustentação.”
Destroços da aeronave foram encontrados entre prédios residenciais e estruturas pertencentes ao Hospital Civil e ao Colégio Médico BJ. Partes da fuselagem e do trem de pouso ficaram presas em um refeitório, onde ainda havia pratos com comida. Bombeiros combatem focos de incêndio em meio aos escombros.
“Vimos pessoas pulando do segundo e terceiro andares para escapar das chamas”, contou um morador.
As condições climáticas eram favoráveis no momento da decolagem, com céu limpo, temperatura de 40 °C e ventos leves. Autoridades afirmam que o avião chegou a enviar um sinal de emergência instantes antes de perder o controle.
O voo era comandado pelo capitão Sumeet Sabharwal, com mais de 8.200 horas de voo, e o primeiro-oficial Clive Kundar, com 1.100 horas. A Air India informou que está prestando apoio às vítimas e colaborando com as autoridades.
O ministro da Aviação da Índia, Ram Mohan Naidu, afirmou estar “devastado” e ordenou máxima mobilização de equipes de emergência. O primeiro-ministro Narendra Modi classificou o acidente como “inimaginavelmente doloroso” e exigiu apoio imediato às operações de resgate.
Como o avião era um Boeing fabricado nos EUA e levava cidadãos britânicos, a investigação contará com apoio do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) e da Agência de Investigação de Acidentes Aéreos do Reino Unido (AAIB). Especialistas alertam que o processo pode levar anos.
Nota da Air India
Em comunicado publicado na rede X, a companhia declarou: “É com profunda tristeza que confirmamos que o voo AI171, que operava entre Ahmedabad e Londres Gatwick, esteve envolvido em um trágico acidente hoje, 12 de junho de 2025. Nossos pensamentos e condolências estão com as famílias afetadas. Nosso foco principal é apoiar os envolvidos e prestar toda a assistência necessária.”
