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O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), atacou duramente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (11), durante sessão no plenário da Casa. Irritado com uma declaração do ministro sobre o número de visualizações de um vídeo publicado por Nikolas Ferreira (PL-MG), o deputado chamou Haddad de “burro” e “analógico”.
A declaração ocorreu após Haddad ironizar os dados apresentados por Nikolas sobre um vídeo publicado em janeiro com críticas à fiscalização do Pix. O conteúdo acumula 333 milhões de visualizações no Instagram, e o ministro questionou a veracidade do número: “Não existem 300 milhões de falantes de português no mundo”.
A fala foi interpretada como uma tentativa de descredibilizar o alcance da publicação, o que revoltou deputados da oposição. “Agora o Haddad não sabe somar, presidente [Altineu Côrtes (PL-RJ)], porque é burro! É burro! É só somar todos os países que falam português no Brasil e no mundo e ele vai chegar à soma de 300 milhões de pessoas […] Se ele não souber os países que falam português, eu falo para ele”, disse Sóstenes no plenário.
Nas redes sociais, o parlamentar reforçou o ataque:
“Ministro, só no Brasil são 215 milhões. Somando Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde e afins… a fácil dos 300 milhões. Mas fique tranquilo, Haddad. Só você já deve ter assistido a esse vídeo umas 100 vezes. O Descondenado então… deve estar vendo até agora. Se o senhor não consegue nem somar países, como é que vai somar contas públicas?”, escreveu.
A audiência na Comissão de Finanças e Tributação foi marcada por confusão. Os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Nikolas Ferreira deixaram o plenário antes da conclusão da fala do ministro. Haddad reagiu: “Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede falando sério e corre sempre que o embate sério vai acontecer […] não é bom para a democracia”.
A resposta provocou o retorno de Jordy, que rebateu de forma agressiva: “O moleque é você, ministro. Foi desrespeitoso comigo e com Nikolas. Ficou chateado com as verdades que trouxemos sobre o déficit fiscal e o aumento de impostos”.
Nikolas, por sua vez, reclamou da falta de direito de resposta e acusou a mesa de “censura”. “Eles têm medo”, afirmou.
Sóstenes também apresentou à Mesa Diretora um conjunto de 23 documentos que, segundo ele, comprovam aumentos de impostos promovidos por Haddad. “É analógico e não entende o mundo digital”, completou o deputado.
Haddad, por sua vez, acusou os parlamentares de repetirem a estratégia de Jair Bolsonaro em 2018: “Fazem perguntas e fogem do debate”. Ele também afirmou que o vídeo de Nikolas é uma fake news impulsionada por big techs e voltou a criticar medidas do governo anterior, como a não quitação de precatórios e isenções fiscais bilionárias. “Onde estavam os deputados que agora criticam, quando essas medidas foram aprovadas?”, questionou — esquecendo que Nikolas só foi eleito naquele ano.
A sessão terminou em clima de tensão, com gritos de “fujão” contra Haddad enquanto ele deixava o plenário escoltado por aliados.
