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Uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo, destinada a discutir a regulamentação dos serviços de mototáxi por aplicativo, foi palco de um incidente tumultuado nesta quinta-feira (29). O sindicalista Gil dos Motoboys partiu para cima do vereador Lucas Pavanato (PL) no plenário da Casa, em meio a um debate acalorado sobre a proibição e regulamentação da modalidade.
A confusão eclodiu após Pavanato, ao fazer uso da tribuna, chamar o sindicalista de “Pelego” – termo pejorativo usado para se referir a líderes sindicais considerados alinhados a empregadores ou ao governo – e acusá-lo de ser “enviado do prefeito Ricardo Nunes”, que é notoriamente contrário ao serviço de motos por aplicativo na cidade.
A audiência pública, que substituiu a sessão ordinária do dia, estava marcada para tratar da polêmica regulamentação, que tem gerado um intenso vai e vem de decisões liminares na Justiça, ora proibindo, ora liberando os serviços. A discussão ganhou ainda mais urgência após a recente morte de Larissa Barros, de 22 anos, que utilizava o serviço. A jovem faleceu no último final de semana, no centro de São Paulo, após ser arremessada da garupa de uma moto por aplicativo, atingida pela porta de um carro aberta por um homem embriagado.
Dois dias após o trágico acidente, na segunda-feira (26), o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reforçou a proibição de empresas como 99 e Uber oferecerem o serviço, sob pena de multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento.
Uma decisão judicial anterior já havia recomendado que a prefeitura regulamentasse o serviço em até 90 dias, mas o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem se posicionado contra qualquer liberação do serviço por meio de aplicativos. Para Nunes, a permissão do mototáxi por aplicativo pode “aumentar o número de mortes no trânsito na capital”.
