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Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por especialistas da Charité–Universitätsmedizin Berlin, desenvolveu um modelo de inteligência artificial (IA) capaz de classificar mais de 170 tipos de tumores com uma precisão que supera os 97%. O avanço, publicado na prestigiada revista Nature Cancer, promete revolucionar o diagnóstico oncológico, permitindo análises precisas mesmo com dados fragmentados e, potencialmente, reduzindo a necessidade de biópsias invasivas.
“O modelo não é apenas preciso, mas também interpretável, o que oferece aos especialistas uma compreensão clara de como as previsões são realizadas, algo fundamental no âmbito clínico”, explicou o doutor Philipp Euskirchen, coautor principal do estudo.
“Impressão Digital Epigenética” no Combate ao Câncer
A técnica inovadora se baseia na análise de padrões de metilação do DNA, um processo epigenético crucial que regula a atividade dos genes. Alterações nesses padrões são características distintivas das células tumorais, funcionando como uma espécie de “impressão digital epigenética”. Essa abordagem permite diferenciar com alta precisão subtipos de câncer, inclusive aqueles que apresentam características histológicas (estruturas celulares) semelhantes.
O modelo de IA foi rigorosamente validado com mais de 5.000 amostras tumorais, demonstrando um desempenho notável: atingiu uma precisão de 99,1% em tumores cerebrais e de 97,8% em cânceres gerais. Além disso, a tecnologia manteve um desempenho elevado mesmo quando testada com dados incompletos ou de baixa resolução genômica, o que amplia seu potencial de aplicação em diversos cenários clínicos.
Em uma próxima etapa, em colaboração com o Consórcio Alemão do Câncer (DKTK), estão sendo planejados ensaios clínicos em oito centros oncológicos na Alemanha. Essa fase será crucial para integrar a tecnologia na prática clínica e validar seu impacto em larga escala, abrindo caminho para diagnósticos mais rápidos e precisos no combate ao câncer.
