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O desejo sexual tende a diminuir com o tempo, mas isso não significa que a vida a dois precise cair na rotina. Para a psicóloga israelense Gurit Birnbaum, é possível manter o interesse e a conexão íntima no relacionamento mesmo após anos de convivência — desde que o casal esteja disposto a investir em intimidade fora do quarto.
Birnbaum é professora da Universidade Reichman, em Israel, e estuda o comportamento sexual humano há quase três décadas. Durante seu doutorado na Universidade Bar-Ilan, nos anos 1990, ela descobriu que o sexo pode ser fonte de alegria e entusiasmo para alguns, mas também de frustração e tédio para outros. “Fiquei surpresa ao perceber que nem todo mundo gosta de sexo tanto quanto eu”, afirma.
Segundo sua pesquisa, essas diferenças ficam mais evidentes em relacionamentos duradouros. Enquanto alguns casais mantêm o desejo sexual vivo ao longo dos anos, a maioria experimenta uma queda na frequência e intensidade das relações. Entre as mulheres, a tendência à perda de interesse sexual é ainda mais comum.

(Reprodução/The Telegraph)
Para Birnbaum, o sexo é um dos principais pilares de um relacionamento saudável. “Para a maioria das pessoas, a qualidade da vida sexual reflete a qualidade da relação”, diz. A boa notícia, segundo ela, é que é possível recuperar o prazer, mesmo depois de longos períodos de insatisfação.
O segredo? Investir no vínculo emocional fora do quarto. “O desejo sexual espontâneo, aquele impulso quase animal do início do relacionamento, tende a desaparecer com o tempo”, explica ao tabloide britânico The Telegraph. “Mas o desejo pode se tornar responsivo: ele surge quando você se permite entrar no clima, mesmo que não esteja excitado no começo.”
A professora recomenda que os casais reservem momentos para estarem juntos, saiam para encontros e alimentem o romance. “As preliminares começam fora do quarto. Cortesia, atenção e carinho ao longo do dia ajudam a preparar o terreno para a intimidade.”
Outra dica importante é preservar a individualidade. Ter amigos, hobbies e interesses próprios pode ajudar a manter o parceiro ou parceira como alguém a ser conquistado. “Manter certa distinção entre você e seu parceiro é essencial para que ele continue sendo alguém desejável.”
Mesmo que o desejo não surja automaticamente, ele pode ser cultivado com pequenas atitudes. Birnbaum sugere que os casais comecem a provocar a conexão íntima até uma hora antes do sexo, como forma de “cortejo”. “As pessoas gostam de se sentir desejadas”, afirma ao veículo.
A especialista também destaca que comportamentos sociais, como a infidelidade, podem ser influenciados pelo meio. “Tudo depende do que é considerado normal dentro do seu grupo social”, diz.
No caso das mulheres, fatores hormonais — como a menopausa — podem influenciar o desejo, mas o contexto emocional tem ainda mais peso. “Elas tendem a perceber mais fortemente o comportamento dos parceiros, o que afeta diretamente o desejo sexual”, explica.
Para lidar com isso, Birnbaum propõe o fortalecimento do que chama de “força comunitária sexual”: a disposição mútua de atender às necessidades do outro sem abrir mão das próprias. Casais que alcançam esse equilíbrio, segundo suas pesquisas, são mais satisfeitos com seus relacionamentos — independentemente da frequência sexual. O mais importante, ressalta, é manter a intimidade, o toque e a conexão emocional.
