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A Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou um aumento nos casos de COVID-19 em várias regiões do mundo, impulsionado pelo surgimento de uma nova variante chamada NB.1.8.1. Segundo informou o órgão nesta quarta-feira (28), esse crescimento foi observado principalmente no Mediterrâneo Oriental, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental.
Nos Estados Unidos, controles em aeroportos detectaram a presença dessa variante em viajantes provenientes dessas áreas, conforme informou a AFP. Os ageiros chegaram aos estados da Califórnia, Washington, Virgínia e Nova York.
A variante NB.1.8.1 atingiu quase 11% das amostras sequenciadas globalmente em meados de maio, informou a OMS.
“Desde o início de 2025, as tendências globais das variantes do SARS-CoV-2 mudaram ligeiramente. A circulação da LP.8.1 vem diminuindo, enquanto os relatos da NB.1.8.1, uma variante sob monitoramento (VUM), estão aumentando, alcançando 10,7% das sequências globais notificadas em meados de maio”, alertou a OMS em comunicado nesta manhã.
Apesar da propagação, a OMS classificou a nova variante como “sob vigilância”, indicando que o risco para a saúde pública é baixo em nível global. Além disso, o órgão ressaltou que as vacinas atuais devem continuar eficazes contra essa nova cepa.
Em meio a mudanças nas políticas de saúde, o secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., anunciou que a vacinação contra a COVID-19 não é mais recomendada para crianças saudáveis nem para gestantes.
Essa decisão foi questionada por vários especialistas em saúde pública, que alertam para os possíveis riscos de alterar as recomendações de vacinação diante do surgimento de novas variantes.
“No final de abril de 2025, a variante NB.1.8.1 representava cerca de 10,7% de todas as sequências apresentadas, contra apenas 2,5% quatro semanas antes. Embora o número absoluto de casos sequenciados ainda fosse modesto, essa tendência constante de alta levou a um monitoramento mais rigoroso pelas agências internacionais de saúde pública”, explicou Lara Herrero, professora associada e líder de pesquisa em Virologia e Doenças Infecciosas da Universidade Griffith, na Austrália, em artigo recente no The Conversation.
“A NB.1.8.1 se espalhou especialmente na Ásia: no fim de abril, era a variante dominante em Hong Kong e na China”, acrescentou a cientista.
A OMS também informou que alguns países do Pacífico Ocidental registraram aumento nos casos de COVID-19 e nas hospitalizações. No entanto, até o momento, não há evidências que indiquem que a doença causada pela variante NB.1.8.1 seja mais grave em comparação com outras variantes conhecidas.
O órgão da ONU afirmou hoje que continuará monitorando a situação de perto para avaliar qualquer alteração na gravidade da doença ou na eficácia das vacinas.
Esse cenário ressalta a importância da vigilância epidemiológica contínua e da cooperação internacional para enfrentar a evolução do vírus. A comunidade científica e as autoridades de saúde pública seguem trabalhando para entender melhor as características da variante NB.1.8.1 e seu possível impacto na saúde global.
A doutora Amy Edwards, especialista em doenças infecciosas pediátricas e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Case Western Reserve, afirmou em entrevista à CBS News que testes laboratoriais indicam que essa variante tem maior afinidade pelas células humanas, o que pode favorecer sua capacidade de transmissão. Ela esclareceu, no entanto, que isso não significa necessariamente maior severidade clínica.
Sobre o aumento das hospitalizações registrado na China e em Hong Kong, a especialista destacou que esse fenômeno pode coincidir com o padrão sazonal observado em anos anteriores. Segundo Edwards, os dados atuais ainda são preliminares, mas não há evidências de que essa variante cause quadros mais graves.
