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A fabricante de veículos elétricos Tesla registrou uma queda notável em suas cotações na Bolsa de Nova York nesta quinta-feira (5), após um desacordo público entre seu CEO, Elon Musk, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As ações da Tesla caíram até 14,26%, o que representa uma perda de mais de US$ 100 bilhões na capitalização de mercado da companhia.
A origem dessa queda no valor das ações está ligada às declarações cruzadas entre Musk e Trump sobre um controverso projeto de lei orçamentário, recentemente aprovado pela Câmara dos Representantes. Esse megaprojeto visa estender certas políticas fiscais do primeiro mandato do presidente Trump, como isenções fiscais em áreas como gorjetas e horas extras, mas também prevê a eliminação de créditos fiscais que foram fundamentais para a indústria de veículos elétricos, na qual a Tesla é líder.
O embate começou quando Trump expressou publicamente sua decepção com Musk, classificando suas críticas ao projeto de lei como inesperadas e lamentáveis. “Estou muito decepcionado porque Elon sabia os pormenores do projeto de lei melhor do que ninguém”, declarou Trump à imprensa, indicando que as críticas do magnata seriam infundadas dado seu conhecimento prévio do documento.
Musk, no entanto, desmentiu essa afirmação em suas redes sociais. Em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter), Musk rejeitou ter tido o ao plano fiscal antes de sua aprovação e denunciou a rapidez com que foi aprovado. “Falso. Não me mostraram este projeto de lei nem uma vez e ele foi aprovado em plena noite tão rápido que quase ninguém no Congresso pôde sequer lê-lo!”, replicou Musk, sublinhando que seu descontentamento se baseava na falta de transparência e na pressa com que a decisão foi tomada.
Entre os pontos mais críticos do projeto de lei está a eliminação do crédito fiscal para carros elétricos, algo que Musk não hesitou em apontar como uma de suas maiores preocupações. Em uma mensagem posterior, Musk disse estar disposto a aceitar cortes em créditos para veículos elétricos, desde que os republicanos removessem o que ele chamou de uma “montanha de gordura repugnante” no orçamento, em referência aos gastos desnecessários que, segundo ele, estão presentes no plano fiscal.
Essa disputa se complicou ainda mais com as observações adicionais de Trump. O presidente sugeriu que a hostilidade de Musk poderia estar relacionada com a eliminação de incentivos fiscais para os carros elétricos. “Ajudei muito Elon”, mencionou Trump, sugerindo que o descontentamento de Musk também poderia estar relacionado à sua saída do governo, onde ele havia desempenhado um papel importante na campanha de Trump para reduzir a burocracia federal e os custos associados.
Musk, em contraposição, insistiu que sua contribuição havia sido crucial para a vitória de Trump, afirmando que sem seu apoio financeiro e logístico, o presidente teria perdido as eleições.
O impacto dessa controvérsia se refletiu não apenas nas ações da Tesla, mas também na percepção pública da relação entre duas figuras influentes no âmbito político e econômico. A queda do valor das ações se soma à pressão sobre a Tesla e transforma essa discussão em um tema relevante não apenas para os investidores, mas também para o setor automotivo em geral, que está observando de perto os desenvolvimentos e o rumo que a legislação fiscal tomará nos Estados Unidos.
