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Negociadores dos Estados Unidos e da China anunciaram nesta terça-feira (9), em Londres, que chegaram a um acordo sobre um “quadro geral” para superar suas diferenças comerciais, que agora precisa ser aprovado pelos presidentes dos dois países.
“As duas partes chegaram a um acordo de princípio sobre um quadro geral (…) e irão apresentar esse quadro aos seus respectivos líderes”, declarou o representante comercial chinês, Li Chenggang, a jornalistas. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que o acordo permitirá resolver a preocupação dos americanos com as compras de terras raras chinesas, que são consideradas excessivamente restritas por Pequim.
Mais cedo, Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, qualificou as conversas comerciais com a China como produtivas e informou que elas continuarão nesta quarta-feira.
“Tivemos dois dias de conversas frutíferas. Elas continuam. Meus colegas, o secretário (de Comércio, Howard) Lutnick e o (enviado comercial, Jamieson) Greer, vão seguir o que for necessário com a delegação chinesa. Eu preciso voltar a Washington para prestar depoimento ao Congresso amanhã”, disse ao final da rodada de diálogos.
Lutnick também expressou otimismo quanto ao andamento das negociações, confirmando que os diálogos com os oficiais chineses estavam acontecendo de forma positiva.
Desde segunda-feira, a Lancaster House, uma mansão elegante próxima ao Palácio de Buckingham, é palco de uma nova cúpula entre Estados Unidos e China, que buscam recompor o vínculo diplomático e encontrar uma solução pacífica para a questão dos impostos sobre importação.
A delegação chinesa é liderada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng, pelo ministro do Comércio Wang Wentao e pelo negociador comercial Li Chenggang. A Casa Branca enviou Lutnick, Bessent e Greer.
Na noite de segunda-feira, o presidente Donald Trump afirmou que “estamos indo bem com a China”, apesar de “a China não ser fácil”, sem, porém, dar muitos detalhes sobre os contatos.
Desde a posse de Trump, as tensões entre Washington e Pequim aumentaram, dando início a uma guerra comercial que elevou significativamente as tarifas de ambos os lados.
Um acordo em Genebra no mês ado conseguiu reduzir as tarifas americanas sobre produtos chineses de 145% para 30%, e as medidas de retaliação chinesas de 125% para 10% por um período de 90 dias, o que pareceu restabelecer a calma.
No entanto, Trump afirmou logo depois que a China havia “violado totalmente” esse acordo, reacendendo ameaças de uma nova escalada e uma possível recessão global.
Por isso, um novo encontro presencial tornou-se inevitável, assim como uma ligação entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping para destravar alguns pontos pessoalmente.
A agenda atual inclui temas-chave, como semicondutores avançados, vistos para estudantes chineses nos EUA e minerais de terras raras essenciais para diversas indústrias.
A China é o maior produtor mundial de terras raras e indicou que pode aliviar as restrições de exportação impostas em abril, situação que causou preocupação entre fabricantes globais de automóveis. Do lado americano, espera-se que sejam suspensas as restrições ao o chinês à tecnologia avançada de semicondutores.
O principal assessor econômico de Trump, Kevin Hassett, disse na segunda-feira, em entrevista à CNBC, que espera um “grande e forte aperto de mãos” ao fim das conversas. Ele afirmou que, durante as discussões em Genebra, já havia sido acordada uma redução nas tarifas sobre terras raras e que a China concordou em liberar minerais essenciais para a economia, o que traz esperança para um desfecho positivo.
Por outro lado, Hassett comentou que a liberação desses suprimentos está ocorrendo “mais lentamente do que algumas empresas consideravam ideal”.
Enquanto os contatos prosseguem, os mercados financeiros permanecem cautelosos, com investidores aguardando sinais de estabilidade.
Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da XTB, destacou: “Os investidores estão dispostos a se apegar a qualquer notícia comercial positiva no momento, pois isso mantém vivas as esperanças de uma recuperação”.
As tensões tarifárias já causaram impacto, com as exportações chinesas para os EUA caindo 35% em maio.
Nesse contexto, Trump enfatizou seu desejo de “abrir a China” para produtos americanos, afirmando na Casa Branca: “Se não abrirmos a China, talvez não façamos nada. Mas queremos abrir a China”.
Xi Jinping, por sua vez, busca alianças com outros parceiros comerciais, como Japão e Coreia do Sul, para enfrentar as tarifas impostas por Trump.
(Com informações da AFP e Reuters)
