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O general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), prestou depoimento nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que investiga um suposto plano para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. Heleno é réu na ação penal ao lado de outras sete pessoas, apontadas pela Procuradoria-Geral da República como integrantes do “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado.
O dia de depoimentos começou com o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, seguido pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e, por fim, Heleno. A oitiva do general foi marcada por um embate processual: seu advogado, Matheus Milanez, informou que ele responderia apenas às perguntas da defesa. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, aceitou a posição, mas ainda assim fez questionamentos.
Durante o depoimento à defesa, Heleno negou qualquer envolvimento com planos golpistas e rechaçou ter influenciado servidores do GSI em decisões políticas. “É importante que o presidente Bolsonaro colocou que ia jogar dentro das quatro linhas (da Constituição), e eu segui isso aí rigorosamente durante todo tempo em que estive na Presidência”, afirmou.
Heleno também declarou que nunca levou temas políticos ao GSI. “Nunca levei assuntos políticos, tinha de 800 a 1.000 funcionários no GSI. Nunca conversei com eles assuntos políticos”, disse. Segundo ele, a preocupação era manter o órgão “apolítico e apartidário”.
Sobre as urnas eletrônicas, o general afirmou ser a favor do voto impresso. “Sempre fui adepto do voto impresso. Mas eu era apenas mais um. Não tinha força para transformar aquilo em realidade”, afirmou. “Era uma preocupação muito grande que o GSI fosse encarado e fosse sentido como organização apolítica e apartidária”, afirmou. E acrescentou: “Não havia clima para fazer pregação política e nem utilizar os servidores do GSI para atitudes politizadas.”
Questionado se havia contribuído para disseminar desinformação sobre fraudes nas urnas eletrônicas, Heleno respondeu: “Não, não tinha nem tempo para fazer isso.”
O general também disse não ter conhecimento do suposto plano denominado “Punhal Verde e Amarelo” e negou ter se afastado do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Não houve um afastamento.” Segundo ele, a mudança no ambiente do gabinete presidencial ocorreu após a filiação de Bolsonaro ao PL. “Aí eu falava: ‘Tô fora, né?’ Saía e ia para o meu gabinete.”
